sexta-feira, 29 de julho de 2011

Rabiscos

Deuses!

Eu vou escrever porque se eu não escrever eu vou me jogar da cadeira pra ver se morro!

Eu vou escrever porque eu preciso absurdamente ouvir o teclado enquanto meus dedos batem em suas teclas.

Vou escrever porque eu descobri que meus amigos são a luz do meu caminho e que sem eles eu poderia agora estar me afogando na escuridão.

Vou escrever porque eu ainda gosto dele, embora soubesse que ele quer mais é ter minha alma! (hahahaha Salve, Mano Brow!)

Vou escrever porque no vazio da minha mente jaz todas as respostas que eu quero obter, nesse vácuo mental há uma sabedoria, a sabedoria dos deuses, a sabedoria de todo o universo.

Uma pergunta: “Isso vai durar até quando?”

O veneno vai correndo pelo meu corpo e eu estou numa luta insana, entre a lealdade que devo ao meu próprio espírito e a submissão ao meu condicionamento comportamental.

Palavras do dia: Amor, orgulho e desejo!

Sopraram os ventos da insanidade e alguém como eu simplesmente inventou de dançar na companhia de Loki, porque quando tudo está dando errado, há a possibilidade de ficar pior, mas quando tudo realmente está pior existe a possibilidade de rir. Posso não conseguir mudar as coisas agora, exatamente agora, mas posso rir de mim mesma quando me sinto obstinada.

Obstinação faz macacos caírem na armadilha!

Amor, hoje eu dançaria com você a noite toda, eu beberia até do vinho mais barato, eu faria amor contigo a noite inteira... Mas nem tudo é do modo como desejamos que seja!
I miss you...

Às vezes é necessário humildade para deixar com que a vida siga o seu fluxo. Isso não tem a ver exatamente com rendição, mas vontade sem ânsia de resultado ainda é de todo perfeita!


Como chocolates, pequena suja, coma chocolates!


No telefone uma amiga doida compartilha que é tão infeliz quanto eu e rimos disso.

Em casa uma amiga me ensina que quando os bicos do peito doem é porque eles querem ser chupados!

Insanidade preenche o labirinto daquilo que chamo de mente. Os deuses sorriem, não porque a vida está louca, mas porque eu aprendi que às vezes se render é um passo para a liberdade.

E eu não faço outra coisa senão amar aquilo que me afeta profundamente.

Deus me disse: “Desce e arrasa” e eu respondi: “Ah, eu não. Desce você!”

Eu me incomodo com o seu orgulho porque eu queria que você agisse diferente. Lembrando que você é meu espelho, então eu me incomodo com o seu orgulho, porque meu orgulho me impede de fazer diferente. Mas se você me dissesse um “oi”, eu abraçaria você!

Outra pergunta: “Orgulho: um inimigo ou um aliado?”

O tempo decide!

Há sempre um amor que nasce para cada amor que morreu. (Coisa do Dream Theater isso)

Afinal, amor era uma das palavras, não?


Eros, Eros! Se for pra ser intenso, ao menos que me faça morrer numa cama de rosas!

Quando você fechar seus olhos, saiba que estarei pensando em você
Enquanto minha amante me chama para permanecer no centro das suas atenções novamente
E esta noite eu não estarei sozinho, mas você sabe que isso não quer dizer que não estou solitário.
Eu não tenho que provar nada, é você por quem eu morreria para defender!

Bon Jovi desgraçado!

It’s this that I feel.

Por hoje é só pessoal!




É o fim da picada, mas tudo bem... Depois passa!

"Tudo passa, tudo passará
Tudo passa, tudo passará

E nossa história não ficará
Pelo avesso assim

Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar"


Mas emo que isso, só dois disso! huahuahau

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Péssimo, mas inspirador

Hoje foi um daqueles dias bem difíceis, um dia em que a entropia pareceu querer mostrar-se diante dos olhos. Isso foi como se o universo tivesse rindo da minha cara e dizendo: “Bem, esse é definitivamente o seu momento, é de sua responsabilidade escolher como lidar com ele”.

Acordei com meu corpo todo dolorido, a sensação que eu tinha era como se eu tivesse apanhado de um boxeador a noite inteira, além de notar que a tosse seca denotava que eu estava sem ar. Fui jogando as cobertas para cima, enquanto tentava inutilmente me levantar rapidamente numa busca insana por ar para respirar. Após alguns espirros, eu mesma me diagnostiquei, estava gripada. Liguei para o trabalho avisando que não estaria presente, tendo que ouvir uma voz mal humorada da minha supervisora do outro lado da linha. O alarme soou. Eu deveria ir mesmo assim? Eu estava podre, com dores até na alma (literalmente) e sequer conseguia respirar. Não vou trabalhar, concluí.

Sentei-me na cadeira do computador como de costume, o mau humor matinal ainda mais acentuado que o normal. Agora penso que me levantar e preocupar-me com o meu trabalho, me fez desviar a atenção do mal estar que eu estava sentindo. Havia um mal estar emocional também, na verdade vários motivos que me causavam certo mal estar mental e emocional. Corpo, emoção, mente e espírito estavam em uníssono e tudo se resumia num mal estar generalizado. Tento dirigir o dia da melhor maneira que me cabe, me disponho a cumprir e dar algumas metas, brinco em outros momentos, medito e penso. Entre um momento ou outro, choro, a dor deve ser sempre sentida, aceita e não rejeitada. E tudo doía.

Vou ao médico ao fim da tarde em prol de um atestado. Exames pra cá, dores pra lá e um diagnóstico não muito agradável, os dois pulmões quase completamente infeccionados. As dores corporais são então suplantadas pela dor da agulha e do líquido grosso que invade meu corpo, benzetacil (penicilina) não é a mais agradável injeção para se tomar, tampouco a mistura de mais quatro remédios diferentes injetados na veia do braço, seguido por uma inalação e um médico muito preocupado com o meu delicado estado de saúde e uma receita para um tratamento prolongado. Enfim, fiquei triste por isso, como se já não bastasse todos os motivos para manter a tristeza bem alimentada. Voltando para a casa, um tanto drogada, tremendo feito vara verde pela reação medicamentosa e quase alucinando com a lua no céu, faço o favor de perder meu RG. Claro, como costume fiz piada da situação de um modo geral. Tornei-me uma pessoa altamente Zen:

Zen paciência com o trabalho
Zen RG
Zen pulmões
Zen agilidade nas pernas pela musculatura altamente machucada pela injeção
Zen namorado
Zen dinheiro
Zen dignidade

Luto incessantemente, milhares de questões, milhares de emoções, milhares de pensamentos... Uma meditação... Tara Branca... E tristeza por não ter sequer fôlego para fazer o que eu mais gosto em momentos como esses, que é cantar para extravasar. No grupo terapêutico que participo vem à tona a idéia do Numen* para efetuar a cura da neurose ou manter o equilíbrio psíquico. O tema é também Self, nada mais apropriado.
 
Muito resumidamente, na teoria de C. G. Jung, ele propõe uma correspondência entre a imagem divina e o homem, dando-se através dos arquétipos. Basicamente, o que ele afirma é que independente da existência ou não do ser divino, sua imagem existe tanto interior quanto exteriormente. Vale salientar que Jung se refere somente à imagem sempre, nunca à própria divindade, ele caracteriza-se pelo empirismo e não pela metafísica. O que ele quer dizer é que a imagem da divindade existe e são vivenciadas pelo indivíduo psiquicamente, porém nenhum juízo é dado – nem seria possível cientificamente – a respeito da existência da divindade em si. As imagens de Self e da imagem divina não se diferenciam.

“É o arquétipo central da ordem, da totalidade do homem” (Jung, 1975). “É uma realidade ‘sobre-ordenada’ ao eu consciente. Abrange a psique consciente e a inconsciente, constituindo por esse fato uma personalidade mais ampla, que também somos”. “É o centro e também a circunferência completa que compreende ao mesmo tempo o consciente e o inconsciente: é o centro dessa totalidade, como o eu é o centro da consciência” (Jung, 1975).

Acho que Aleister Crowley, Newcomb e até o Abramelin, entre vários outros caras esquisitos, não negariam tal afirmação, por mais “metafísico” que isso poderia parecer.

Enfim, toda essa questão de Self foi levantada para recordarmos de outra coisa que Jung também defendia bastante, que se tratava de que a aproximação ao numinoso ou, se preferir, as experiências espirituais podem nos libertar das patologias, neuroses e outros perrengues psicológicos que enfrentamos no dia-a-dia. Isso me animou bastante, fazia tempo que eu não me sentia tão motivada para uma discussão nesse nível. Procurando por bases para suster minhas argumentações, ou apenas minha exposição de idéias. Com a mente silenciada pela concentração e focada num tema tão tentador pra mim. Surge entre milhares de outras idéias, uma vontade de falar sobre o que Chopra (sei que é New Age, mas idéias sempre podem resultar em inspiração) chama de Potencialidade Pura e eu encontro um meio que julgo adequado para viver esse momento.

"Não devemos ficar aprisionados na certeza do conhecido. O conhecido é uma prisão, é no desconhecido que encontramos o campo no qual devemos entrar"... Existem três princípios que devemos praticar a fim de deixar funcionar a lei do "menor esforço". O primeiro é aceitar o princípio da aceitação. Aceitação significa que posso criar o futuro, revisar o passado, mas esse momento é o que eu devo aceitar tal como é. Porque todo o universo, todo o universo conspirou para criar esse momento. E, portanto esse momento é precioso. Também significa que se as coisas não saem como eu quero nesse momento, eu simplesmente abro mão, deixo de lado minhas idéias do que deveriam ser as coisas, porque o universo está pensando em outra coisa. Eu renuncio, me entrego a esse momento e dessa forma eu aceito as situações, as pessoas e as circunstâncias tais como são e não como eu gostaria que fossem. Mas, claro que posso criar o futuro de todas as maneiras. O segundo princípio é o da responsabilidade, da responsabilidade sem culpa, sem vergonha. A palavra responsabilidade na verdade significa a capacidade para responder. Em cada momento da vida há certas coisas que as pessoas rotulam como problemas, quando na verdade são importantes desafios para acreditar, para evoluir, para obter benefícios. (...) O terceiro princípio diz sobre renunciar a necessidade de defender um ponto de vista. Falta de defesa. Não significa que eu não tenha um ponto de vista, na verdade eu sou um ponto de vista. Mas quando eu perco a necessidade de defender meu ponto de vista, então me torno invencível. O segredo da invencibilidade é a falta da necessidade de defesa. Há um sutra que diz: "quando não estamos firmemente aferrados a defesa, todos os seres que nos rodeiam deixam de sentir hostilidade, porque não há nada a atacar".

Tudo isso me fez ir de encontro ao meu péssimo dia, que culminou numa busca de lidar melhor com a situação, dando num debate sobre Self, que terminou numa experiência espiritual diretamente minha, que revelou que independente de todas as situações, independente de tudo o que vem acontecendo, do que eu tenho feito, do que os outros têm feito, do que a própria aleatoriedade do universo vem fazendo, corresponde a uma abertura para o desconhecido, para a criatividade, para uma nova forma de ver a vida, as pessoas e as situações. Um desafio de viver de outra forma, agir de outra forma, comportar-se de outra forma. Eu estava muito preocupada, estava realmente muito preocupada com o que eu fiz, com o que eu deixei de fazer. Em campos afetivos estava terrivelmente obstinada a distribuir as culpas, rever o que aconteceu, o que deixou de acontecer, o que poderia ser evitado, o que poderia ter sido feito, dito, revisado, norteado, governado, para chegar a alguma conclusão de como eu deveria proceder de agora em diante para obter um resultado, qualquer resultado, desde que me mantivesse em paz com o conflito interno. Eu estava muito preocupada, muito preocupada com uma parada respiratória, com todo o mal estar, com uma infecção homérica, com os meus comportamentos auto-destrutivos, com a tendência a pensar que nada pode ser muito grave, de  que essas coisas só acontecem com os vizinhos, identificada com o médico assustado e preocupado, pensando com bastante afinco em idéias que embasam o suicídio, o suicídio consciente e também o inconsciente. Saturno engolindo seus filhos. Senti-me muito sozinha e muito triste. Porém uma voz interior gritou: “Esses sentimentos são problema seu, Dona Baby, resolva-os”. E novamente lembrei-me de duas coisas importantes:

"O curso do destino de um guerreiro é inalterável — dissera-me uma vez. — O desafio é o quão longe ele pode ir dentro desses limites rígidos, o quão impecável ele pode ser dentro desses limites rígidos. Se há obstáculos no seu caminho, o guerreiro luta impecavelmente para ultrapassá-los. Se acha dificuldades e dores insuportáveis no seu caminho ele chora, mas todas as suas lágrimas juntas não movem a linha do destino nem um milímetro.” - Carlos Castañeda  

Quando você estiver decepcionado ou aborrecido com uma pessoa ou com uma situação, lembre-se de que não está reagindo à pessoa ou à situação. Esses sentimentos são seus e o que você está sentindo não é culpa de mais ninguém. – Deepak Chopra

Só você é o problema, do mesmo modo só você é a solução. Claro que não é apenas entregar-se a situação, vejo aceitação como uma forma de observar que é isso o que eu tenho agora, então o próximo passo é ver o que eu posso fazer com o que eu tenho e não ficar eternamente chorando e lamentando o que eu perdi, ou os pulmões debilitados, o que eu poderia ter feito diferente, na soma de todas essas coisas, as conscientes, as inconscientes, as pessoas, o ambiente, o caos que governa todo o universo, esse é o resultado, isso o que eu tenho agora. É necessário muitas vezes rever o que foi feito, analisar como foi que chegamos nesse resultado, qual a minha parte no processo, como me comportei durante todo esse tempo, o que eu preciso mudar e encorajar-me para moldar o futuro de acordo com a vontade. Interessa-me mais agora obter um silêncio interior maior, para não me ocupar da mente pensante, para assim poder responder as novas situações, ao que eu tenho que fazer agora, ao que quero alcançar daqui a alguns passos.  

Ninguém tem uma vida livre de sofrimento e mágoa. Não é uma questão de aprender a viver com isso, em vez de tentar evitar? – Eckhart Tolle

Finalizando com o meu queridão Timothy Leary:

“A grande ironia é que o nosso conceito de realidade é tão frágil que pode se desfazer em apenas alguns dias, caso não tenhamos constantes mensagens que nos reafirme quem somos e que a nossa realidade continua existindo.”

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Numen - O numen é caracterizado como um mysterium tremendum et fascinans - onde o mysterium representaria o das ganze Andere (o totalmente outro), o qualitativamente diferente, que apresenta dois conteúdos: o tremendum, elemento repulsivo, que causa medo ou terror, e o fascinans, o que atrai, fascina.


Religião é – como diz o vocábulo latino religere – uma acurada e conscienciosa observação daquilo que Rudolf Otto acuradamente chamou de “numinoso”, isto é, uma existência ou um efeito dinâmico não causados por um ato arbitrário. Pelo contrário, o efeito se apodera e domina o sujeito humano, mais sua vítima do que seu criador. Qualquer que seja a sua causa, o numinoso constitui uma condição do sujeito, e é independente de sua vontade (Jung, 1938/1990, p. 9).
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