quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Hail, Primavera!


Longo foi o inverno dos lobos do reino escuro, enquanto Etins se mantinham na terra. Longa foi à noite em que a donzela dormia, a vida é longa para o triste. Despertem agora todas as almas brilhantes, despertem da noite, da necessidade e da neblina. Agora a chama do dia brilha em nossos corações e as chamas também se erguem nesse recinto, brilhante como a noiva da primavera que se levanta!

Hail, Eostr! Hail, Primavera!

Longo realmente foi o inverno, longas foram às noites de choro, de dor, de decepção e de desilusão. Longos também foram os dias quando a esperança simplesmente parecia ter se escondido atrás das sombras da tristeza. Difícil foi de suportar o frio, a dor, o medo e o desespero.

Mas quando passamos por todas as intempéries da vida e ainda mais fatal, do inverno, saímos fortalecidos! Minha alma foi forjada no gelo do terrível frio de Skadi, a noite escura onde a aurora jamais parecia querer surgir temperou meu espírito, para a morte eu pedi conselhos, com a velha com crânios pendurados em sua saia eu aprendi. E aqui eu estou novamente, como Sigrdrífa, a despertar na aurora, saudando a primavera, saudando o dia, saudando a vitória!

Aos meus amigos eu desejo toda a alegria do mundo, que a energia crescente da primavera deite sobre suas vidas e seus sonhos um manto de crescimento. Aos meus amigos eu desejo que as situações sejam tão cheias de beleza como todas as flores que se colocam a florescer nessa época. Aos meus amigos o desejo sincero de que Sunna (deusa do sol) descongele suas terras para que todos os seus sonhos, ainda sementes, possam crescer, frutificar e alegrar ainda mais suas vidas.

Aos meus inimigos... Continuem comendo a poeira dos meus pés!

Hail, Sigrdrífa! Hail, Dagaz!

Saúdo-te, Dia! Saúdo-vos filhos do dia!
Saúdo-te, Noite e as filhas da noite!
Olhais para mim
E me deis a vitória. Hail!
Saúdo-vos Deuses! Saúdo-vos Deusas!
Saúdo a Terra gentil!
Concedam-me o discurso formoso, a sabedoria humana
E estendam sobre mim suas mãos de cura enquanto eu viver.
Hail!

- Prece feita por Sigrdrífa, a Valquíria, ao ser despertada na aurora!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Asatru Não É Wicca



Asatru não é Wicca

Por serem ambos os caminhos pagãos, muitas pessoas que desconhecem ambos podem achar que se trata de uma mesma coisa, ou de duas coisas semelhantes com nomes diferentes. A verdade é que Wicca é uma coisa, Asatru outra.

A começar pelos nomes de cada vertente já podemos ter uma pequena idéia de se tratar de coisas diferentes. Diz-se que a palavra Wicca está ligada a palavra saxônica Witch, que significa dobrar, girar ou moldar, a segunda palavra raiz a qual pode estar ligada, é a palavra germânica Wit que significa saber ou sabedoria.  Asatrú por outro lado não quer significar outra coisa senão Asa = Aesir (inclui também os Vanir – deuses da mitologia germânica-nórdica) e Tru = fé, assim sendo Asatrú significa fé nos Aesir.


Os símbolos das duas vertentes também demonstram como são diferentes uma da outra. A Wicca normalmente usa o pentagrama como seu símbolo, o pentagrama pode significar muitas coisas, mas dentro da Wicca é possível observar que ele está representando o equilíbrio entre os elementos, cada ponta representando a harmonia desses cinco elementos, sendo eles: ar, água, terra, fogo e espírito. A Wicca defende que devemos conviver harmoniosamente com esses elementos, com os ciclos de vida-morte-renascimento.



O símbolo do Asatrú é o Martelo. Não é necessária muita explicação para se compreender o Martelo, pois este símbolo foi retirado do Mito e representa o Mjollnyr, o Martelo de Thor, com o qual o deus Thor mata vários gigantes e defende Asgard, a terra dos deuses. Ao invés de ser um glifo que simboliza uma declaração metafísica complicada, como o pentagrama, o martelo é um símbolo simples retirado de um mito específico. Porém, nós podemos retirar alguma explicação da religião por meio dele. Se observarmos que o símbolo é a imagem de uma arma de guerra torna bastante significativo, pois tanto a teologia quanto a mitologia Asatrú não se baseia na harmonia entre várias divindades ou do homem com o universo, como expressa o pentagrama, mas numa relação de conflito.  

Outra grande diferença marcante é que a Wicca é panteísta, do grego pan = tudo e Theo = deus, ou “tudo é deus”. Podemos também dizer que a Wicca é duoteísta, pois se baseia inteiramente na imagem da mãe lua e pai-filho sol, por isso é tão comum aos Wiccanos acreditar que todos os deuses são faces de uma mesma deusa. Os Asatruar são politeístas, do grego poly = muitos e theoi = deuses. Nesse quesito Asatruar e Wiccanos podem até concordar que o universo ou pelo menos a terra tem uma natureza divina, mas para os politeístas há uma multiplicidade de separadas e distintas divindades que estão envolvidos numa complexa teia de relações. O politeísmo argumenta que, como entidades distintas, os Deuses representam características únicas e individuais, que podem ou não parecerem (ao menos para nós) estar em harmonia uns com os outros. Isso deixa claro que para os politeístas Odin é Odin, Thor é Thor, Frigga é Frigga e não faces de um único deus ou deusa.

Outra grande diferença está também que a Wicca, embora defenda que vem de linhagens de bruxas hereditárias, trata-se de um esforço (e que deve ser reconhecido) do folclorista e funcionário público inglês Gerald Brosseau Gardner. É conhecido que grande parte do trabalho de Gardner foi retirado de vários trabalhos de teóricos como a antropóloga Margaret Murray, o ocultista Aleister Crowley, o folclorista James Frazer e o poeta Robert Graves. A estrutura ritual da Wicca também foi influenciada pelas as sociedades ocultistas como a Golden Dawn, a OTO - Ordo Templi Orientis e a Co-Maçonaria.

O Asatru se trata de um movimento conhecido como Reconstrucionismo, que basicamente quer dizer que é uma reconstrução da antiga religião pagã anterior ao cristianismo. Isso se deve ao esforço de muitos grupos isolados em estudar e pesquisar a história, a arqueologia e os mitos, criando uma estrutura ritual, artigos, métodos e terminologia onde Mito e História são combinados.

Outra grande diferença está na ritualística de um e de outro. Por incrível que pareça, a Wicca (ao menos a de Gardner) tem uma base metafísica muito forte e é conhecida como uma religião de mistérios, que sugere uma base nas práticas de êxtase dos antigos povos europeus. Como regra geral, vários covens (grupos Wiccanos) se envolvem com os “mistérios”, tipicamente significando o entendimento esotérico de vários eventos mitológicos ou rituais. Alguns sugerem que os alicerces da prática da Wicca Gardneriana tinha fortemente suas prioridades no mágico-ritual, ao invés de qualquer forma particular de adoração. Assim, podemos dizer que a Wicca sempre priorizou suas práticas de magia e feitiços, antes da veneração religiosa. Isso é ainda sugerido pela quantidade de tempo que é reservado para a abertura de um circulo mágico “formal”, por exemplo.

O Asatru, no entanto, é principalmente uma religião “votiva”. Enquanto os mistérios e a magia são também encontrados no Asatru, elas são geralmente reservadas para as atividades separadas e distintas do trabalho principal religioso. É facilmente encontrado em Kindred (grupos de Asatruar) no Asatru os trabalhos mágicos com Runas e Seidhr, mas são geralmente um trabalho além de um ritual de adoração (Blót) e não como parte essencial de um.  Os rituais primários do Asatru são simples. Eles podem se juntar para um trabalho mágico, ou para um Súmbel (basicamente “beber cerveja”) ou para estudar o Hávamál, isso é um traço comum e simples: o de que eles tomam parte em blóts – que se dedicam a uma expressão votiva bem como para um trabalho de “mistério”. Uma pessoa não é Asatruar porque faz trabalhos mágicos com Runas ou de Seidhr, uma pessoa é um Asatruar porque venera e faz oferendas aos Aesir e Vanir.

Como disse Devyn Gillette: “Pode-se então dizer que a Wicca é uma religião que evoluiu a partir de um grupo mágico, enquanto o Asatru é uma religião da qual evoluíram grupos mágicos. Você poderá encontrar Asatruar de muitos anos de experiência que nunca experimentou magia, mas é quase impossível pensar em um Wiccan em tal situação”.

Heilsa Aesir ouk Vanir!
Hail Kindred Höfðingjar Norður!

PS: Isso tem várias fontes, peça que eu dou, estou com preguiça de fazer bibliografia!
Mais sobre Asatru, Odinismo e Troth nos blogs: Templo de Vanadis e Wodangang (ambos escritos por mim)

E musiquinha Viking pra finalizar! ^^




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Letargia



Cai a neve dura sobre os sentimentos, os pensamentos simplesmente não falam, todas aquelas vozes se calaram. Apenas a lembrança da insanidade dançando nas paredes da mente, somente a insanidade que aparece vezes ou outras no repositório das memórias.

Ameaça, humilhação, destruição, cenas medíocres... Pessoa pobre de espírito, ferida, atormentada, insana, desajustada... Não tenho pena, não tenho compaixão, não tenho nada... Os sentimentos se apagaram como quem apaga a luz usando um interruptor.

Porém, isso não é algo bonito de se ver, é algo triste, é feio, não convém sequer ficar pensando, mas estou letárgica, apática, isso não faz emergir nenhum tipo de emoção, nenhum tipo de sentimento. Apenas o desprezo. A decepção. A conclusão de que se trata de um doente.

O que restou disso tudo foi no final muito benéfico, restou a certeza de continuar adiante, de deixar para trás tudo aquilo que não me serve. Restou um desejo forte de viver a minha vida, de encontrar coisas melhores e mais belas para viver. Restou um pouco de amor próprio, da certeza de que eu posso ficar tranqüila, de que estou protegida e que não tenho que me lamentar a perda. A perda foi em si uma bênção, fiquei livre de ter que passar por muito tempo de minha vida vivendo situações destrutivas. Perder aqui significou ganho!

O que virá agora eu não estou certa, mas sinto que daqui em diante as coisas fluirão, coloquei um ponto final, virei a página, findei o capítulo. Game over. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Descomplicação

Na foto Harry Potter brasileiro!


Eu acho que nunca estive tão impaciente pela primavera como eu estou esse ano. Primeiro porque convenhamos foi um inverno traumático, segundo porque “caralho, precisa fazer tanto frio assim?” e terceiro hoje é um dia daqueles que você tem certeza que é um dia completamente inútil, em dias muito, muito inúteis é maravilhoso sair caminhando por aí, até encontrar um bar, sentar numa mesa e beber cerveja enquanto joga conversa fora ou simplesmente fica olhando os carros passarem. Mas quem é que vai passar em qualquer lugar com um frio de Niphelheim desse?

Aí quando não resta muita coisa, em dias inúteis a gente tenta ficar repetindo frases para ter certeza de que afirmações positivas não funcionam. Pega aquela pessoa aleatoriamente e começa analisar seu comportamento só pra se decepcionar com ela. Você fica cheio daquelas idéias grandiosas que você nem vai se lembrar amanhã, gasta milhares de horas lendo livros inúteis só para depois entender o que é que as pessoas estão falando numa roda de conversa.

E os gregos diziam: “Nada em excesso”.

Nós temos sede de inutilidade e é engraçado porque se analisarmos bem tudo o que fazemos em geral é uma senhora inutilidade. O bom de dias inúteis como esse é que eu percebo que às vezes eu só tenho que tornar as coisas simples. Mas eu não faço isso sempre, é complicado descomplicar, porque às vezes a “descomplicação” não depende unicamente de mim. Mas, no que me diz respeito tudo já ficou muito simples:

- Confesso que eu não segui conselhos que eu devia, mas quem sabe na próxima.

- Não vou falar com pessoas que me ignoram, ainda que eu esteja louca para falar com elas.

- Não gastarei meu tempo ficando mal por causa das duas coisas acima.

- O sofrimento dos outros me dói, mas posso conviver com isso.

- Gentileza ainda é uma virtude!

- Amigo que é amigo está sempre por perto de um jeito ou de outro.

- Eu amo quem eu quiser e ponto.

- Idiotices são indispensáveis para um viver feliz!

- Por mais difícil e incompreensível que isso seja às vezes cometemos erros que são irreparáveis.

- Não gastarei meu tempo ficando mal por isso também.

- Minha melhor amiga é uma boneca de pano chamada Vasalisa!






Só pra entrar no clima gelado de hoje! huahuahua
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