domingo, 4 de dezembro de 2011

Não dou a mínima



Sonhos estranhos preenchem minha noite, então quando eu acordo para viver o dia eu entendo que o convite a insanidade é apenas um meio de se viver bem e em contato com a Fonte. Nós estamos desejando muito, estamos desejando muitas coisas e às vezes estamos tão apegados em nossas crenças que sequer nos damos conta de que é apenas um amontoado de pensamentos inúteis e desgastantes.

Definitivamente eu não quero ter razão, eu não quero estar certa, eu não quero ter certeza de que tudo o que está em minha mente, ou a minha filosofia ou as minhas crenças são em última instância a verdade absoluta do universo. A verdade é apenas uma inverdade. Estar ou não estar, ser ou não ser, isso não importa, definitivamente não importa. Você acha que eu estou muito preocupada? Você realmente acha que eu estou muito preocupada?

Gosto quando calamos a boca e olhamos nos olhos. Gosto quando não faz a menor diferença se eu sou redonda e você é quadrado. Eu gosto de andar pelas ruas e olhar os carros, sentir o vento batendo em meu rosto. Eu estou realmente esgotada de pensar tanto, de temer tanto, de esperar tanto, de me preocupar tanto. Isso significa que hoje eu acordei para apertar o botão do “foda-se”, eu não dou a mínima. E eu não escrevo isso porque eu quero compartilhar, eu escrevo isso porque eu quero que alguém saiba de mim, porque eu sou humano e às vezes, só às vezes eu preciso de um pouco de atenção.

Eu só estou querendo aprender a gostar do desconhecido ao invés de viver morrendo de medo dele. Eu só estou querendo mostrar para o mundo que eu estou detestando a minha mania de esperar a perfeição, ou me tornar a pessoa ideal. Eu não sou ideal, eu não sou perfeita e nem estou ligando mais para isso. O que você pensa sobre mim é simplesmente um problema seu. E é assim que eu estou querendo viver, é assim que eu estou procurando agir e isso é sim um aprendizado.

Se me aceito, não preciso que os outros me aceitem. Se me amo, não preciso que os outros me amem. Se me sinto bem comigo mesma, não preciso que alguém me faça bem. Se escuto as minhas musicas favoritas, não significa que eu não gosto de você por gostar de coisas diferentes. E nada disso significa que eu não me importo com aqueles que eu gosto, eu me importo, eu admiro pessoas, eu as trato com carinho. Mas a fonte, a fonte disso tudo, tem que estar fluindo dentro de mim, do contrário serei apenas mais um mendigo implorando por uma migalha de afeição.

A fonte, toda aquela corrente de água viva que dá vida a tudo no mundo está bem aqui dentro de mim. E é isso que importa. Eu não sou adequada? E daí? Estou para conhecer quem realmente o é. Não sou engessada e não estou interessada. Definitivamente não estou interessada. Pego novamente minha mala de liberdades mal resolvidas e dou um lindo grito: eu não dou a mínima!




Água Viva

Raul Seixas

Eu conheço bem a fonte
Que desce aquele monte
Ainda que seja de noite
Nessa fonte está escondida
O segredo dessa vida
Ainda que seja de noite
"Êta" fonte mais estranha,
que desce pela montanha
Ainda que seja de noite.
Sei que não podia ser mais bela
Que os céus e a terra, bebem dela
Ainda que seja de noite
Sei que são caudalosas as correntes
Que regam os céus, infernos
Regam gentes
Ainda que seja de noite
Aqui se está chamando as criaturas
Que desta água se fartam mesmo
às escuras
Ainda que seja de noite
Ainda que seja de noite...
Eu conheço bem a fonte
Que desce daquele monte
Ainda que seja de noite
Porque ainda é de noite!
No dia claro dessa noite!
Porque ainda é de noite

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Uma luz apagada



Às vezes as luzes simplesmente se apagam. O que haveria de errado com a escuridão? Às vezes o porão está muito empoeirado para conseguir ver algo lá dentro. Às vezes quando você caminha pelas ruas (para comprar cigarros?) as pessoas são nada além de pequeninos vultos na escuridão. Às vezes tudo o que você quer fazer é chorar até secar aquele gigantesco rio que corre dentro de você.

E eu não vou mais perguntar o que há de errado comigo? Eu não vou mais perguntar coisa alguma para eu mesma. Às vezes eu acho que eu só queria uma cama cheia de rosas para me deitar. O que há de errado na depressão? O que há de errado se eu não sou a garota com a qual alguém sonhou? O que há de errado quando eu só quero me sentar e ouvir aquela musica tantas vezes quanto eu achar necessário? O que há de errado?

Estou cansada de olhar para o céu em busca das estrelas essa noite! Estou cansada de me sentar na margem do rio e observar que nunca é a mesma água! Estou cansada de me sentar diante desse computador e pensar como os grandes pensadores saberiam fazer, não que eu seja grande, na verdade eu sou muito, muito pequena. Eu sou aquela pequena flor que insiste nascer no deserto.

Às vezes quando o vento sopra, eu sinto que há algo de novo no ar e me esqueço que tudo está apenas sendo arejado. Eu só sou uma garotinha, uma garotinha que desenhou alguns sóis esperando que a tempestade fosse embora com isso. Você sabe o que acontece com garotas como eu? Nem eu!

Às vezes eu acho que sei tudo, quando na verdade eu não sei de nada. Mas quando as luzes se apagam resta apenas a escuridão de ser o que eu sou. E nem vou querer saber se algum dia alguém como você vai deixar que minha escuridão te invada. Porque quando se tem algumas pílulas nadando em seu estômago, escuro ou claro não faz nenhuma diferença.

Não, não há o que pensar. Eu sou apenas uma luz apagada. Apenas uma luz apagada.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Espelho



Atravesse o espelho homem, atravesse o espelho. Eu sei que você é alto, sei que é alto, bonito e azul. Eu te reconheço, eu sei quem você é. Do mesmo modo como eu vi os cachorros de manhã. Nós sabemos quando olhamos para o céu que isso é algo que só pode ser sentido. Então, é interessante que eu me abra a sabedoria do universo.

E quando você olha o seu rosto no espelho percebe que há um céu profundo e azul dentro de sua cabeça. E isso soa como algo muito, mas muito esquisito. Porque as palavras se encontram justamente onde isso não é possível dizer. Não se exprime o inexprimível. Não fosse isso eu diria, meu querido, para você pegar a sua pequena dose do dia! Existe mais em suas mãos do que o que está conseguindo imaginar.

E nesse espelho está impresso além de seu rosto, todo um caminho para o universo. Quando você olha no espelho, todos os mundos se abrem para você. Foi isso o que Narciso viu e não outra coisa, pois não há nada mais belo do que olhar para adiante das portas do espelho.

Mas, querido, ouça, porque eu estou tão confusa que meus sonhos parecem ter sidos engolidos por uma enorme serpente. E quando eu sinto que eu estou tão fechada, é para a Mulher dos Ossos que eu devo olhar. Porém, esses são mistérios femininos que eu não sei se você poderá compreender. Então, eu tenho que imprimi-los em seu corpo enquanto fazemos amor. E esse é também um mistério feminino.

E de um modo que não se pode dizer os motivos, nós estamos exatamente no lugar do universo onde devemos estar nesse momento. E o passado me chama ao telefone celular e meu peito aperta como nunca antes. E então, quando você olha para o céu, não há mais nada de conhecido lá, só milhares de novos planetas. E você diz: “Uau assim é o futuro, nunca há nada de conhecido lá”.

Duvido que você não saiba por que me mantém nessa gaiola. Mas não entendo também porque nada é dito. Porém, querido, quando o vento sopra, não é apenas poeira que voa pelo ar, mas todo um tempo de acordo para um ensinamento efetivo. E realmente não estou me importando se isso realmente faz algum sentido. De todo modo, existe mais do que nós podemos conceber. Não se pode ter certeza da imagem se o quebra-cabeças ainda não está todo montado.

Por que sempre há essa ponta de tristeza? Por que sempre uma dose de sofrimento, garotinha?

Onde os lábios não podem proferir as palavras, a boca em si mesmo já é toda expressão. E sabe qual é o sentido disso? Sentido soa como somente sentir. Que menina tola eu que sem ter qualquer talento para isso, ainda tenta mentir. Mentir o que se sente? Para chegar onde? E quem foi que disse que temos que chegar a algum lugar?

Você não está entendendo, não está entendendo? É tudo uma ilusão, uma ilusão! Então, por favor, desculpa se eu soar grosseira, mas o meu carro precisa correr. Meu carro precisa correr. Mas, não se assuste, é apenas uma corrida. E quando eu penso na morte, então seus dedos gelados dão sentido à coisa. E o que é mais engraçado, porque é a morte quem sabe viver. Se isso é assim, então certamente deve haver algum tipo de conforto nela. E sendo de uma maneira engraçada a morte uma mulher, poderíamos supor que existe compaixão nela. Sim, eu busco aquela velha que dança com os crânios dos mortos pendurados em sua saia!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Enchendo Línguiça



A vida simplesmente é uma loucura. Que outra coisa ela poderia ser? Até pouco tempo atrás eu não teria a menor idéia de que minha vida estaria da maneira como ela está agora e tampouco que eu tinha que lidar com muitas necessidades das quais tenho que lidar agora. Castañeda fala sobre isso em um de seus livros quando diz: “Há muita coisa que você faz agora que lhe teria parecido loucura há 10 anos. Essas coisas em si não mudaram, mas sua concepção de si mesmo mudou; o que antes era impossível é hoje inteiramente possível, e talvez que o seu sucesso total em se modificar seja apenas uma questão de tempo. Nesse assunto, o único caminho aberto a um guerreiro é agir persistentemente e sem reservas. Você já sabe o suficiente sobre o procedimento do guerreiro para agir de acordo, mas seus velhos hábitos e rotinas o atrapalham.”

Hoje eu tive que evocar o elemento espírito para dar um jeito no fuzuê que os outros quatro elementos estavam fazendo dentro de mim, o desequilíbrio interno pelo qual eu estava passando. Então, isso também me fez refletir um pouco a respeito da auto-análise. Tenho me acostumado a ouvir que o auto-conhecimento é muito importante, o que eu concordo de fato, porém o que me fez pensar muito sobre isso foi minha própria instabilidade durante os dois últimos dias quando eu realmente decidi que eu tinha que me retirar do social para efetuar uma perfeita evocação do espírito dentro de mim. Então, hoje em que eu tive uma prática muito mais forte e de verdadeira entrega com um ótimo resultado, fiquei realmente questionando se a necessidade de se falar tanto ou de se analisar tanto a si mesmo em termos racionais, é realmente a forma mais eficaz de se encontrar um equilíbrio interior.

Tive um sonho daqueles hoje de manhã, cheio de símbolos e eu nem quis interpretá-lo, não porque ele não seja importante, talvez sua mensagem estivesse clara demais para mim, mas esmiuçar tanto e deduzir, veja bem, DEDUZIR, que possa ser isso ou aquilo, ou uma mensagem complexa de algo, pode causar mais confusão do que trazer a lucidez necessária em certos casos. Isso me fez questionar se essa tendência a um auto-conhecimento totalmente voltado a uma descrição racional de um estado “x”, ou de um eu y, não é apenas uma obsessão egocêntrica.

Estou questionando na verdade até onde há um real interesse de desenvolver o interior e se auto-conhecer, para a linha tênue de um egocentrismo desvairado onde sentimos um profundo prazer em observar narcisisticamente o quanto somos especiais por sermos doidos. Até onde vai realmente um desejo sincero de cura para então se transformar numa neurose. Penso hoje, e amanhã eu posso sim mudar de opinião, que os porquês são extremamente sensuais e por sua sensualidade eles poderiam parar por aí. Às vezes pode ser delicioso ser simplesmente uma incógnita.

Estou há dez anos fazendo terapia e é impressionante como eu ainda tenho que fazer muito por mim mesmo para parar de me interessar em pessoas destrutivas, só de pensar na quantidade de coisas que eu tenho que fazer para mudar, fico desanimado” – li numa mensagem de um grupo de auto-ajuda que faço parte. É pra se pensar, não? Dez anos se esmiuçando todo na terapia e nada?

A verdade é que para se conviver em sociedade é imprescindível cuidarmos dessa parte “ego” de nossa natureza, que é segundo alguns espiritualistas apenas uma ilusão. Jung é um cara legal que foi mais além, que disse uma coisa bacana que era que sem uma real experiência mística não haveria cura. Então você pega um Víctor Sánchez dizendo que sem dar uma atenção ao Nagual, sem trabalhar com ele é impossível que tenhamos uma real transformação no nosso modo de ser. Acho que estamos começando a chegar lá!

A primeira vez que você se levanta dentro de um sonho lúcido e olha ao redor dizendo para si mesmo: “Eu estou sonhando”, você simplesmente tem a sensação de que não sabe de coisa alguma sobre si mesmo”.

Só pra cultivar a dúvida.

Somos um ser dual segundo alguns e uma legião segundo outros. E ainda podemos dizer que não somos coisa alguma.

Minha mente não sou eu, minha mente está em mim.

Reconhecer – Aceitar – Investigar – Não se Identificar.


Hohoho  Papai Noel chegou! :P

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Árvore



A manhã nasce cinza, como às vezes parece que são meus pensamentos. A musica se repete infinitamente, rodando e rodando e rodando. Eu estou em outro lugar agora, talvez lá naquele canto do mundo onde a musica simplesmente nasce, ou onde o vento sabe que eu simplesmente preciso cantar, ou onde você está escondido.

Por que está triste, menininha? Por que está triste?

Num milésimo de segundo e o mundo encolheu ao ponto de todos os sonhos estarem na porta da minha casa. Você pode tocar isso, ser brilhante? Você pode tocar isso? É como um raio de sol que brilha no lago cristalino, não fossem seus olhos tão escuros como a noite, eu diria, sim, eu diria que eu acolheria todas as flores do mundo no nosso jardim sagrado.

Você está pronto agora? E você esteve pronto algum dia? Você pode me dizer se o sol está pronto para nós agora? E aquela casa cor de rosa no fim da rua brilhante? E os laços amarelos que deixaram apenas uma sensação? Apresento-te Delírio! Sim, Delírio!

Às vezes eu só preciso dizer coisas, às vezes eu só preciso ouvir coisas! Às vezes... Às vezes é só um amanhecer dourado com Sowilo a pintar o céu. Mas está tão cinza, está tudo tão cinza. Onde foram as cores, querido? Onde foram aquelas luzes dançantes que pintavam as paredes do meu quarto?

Você me deixaria aqui sozinha enquanto eu sinto frio? E você continuaria pintando aquelas nuvens? E o que nós temos feito? As palavras saltam de meus dedos como se  eu estivesse a tocar piano! Ah, sim, querido, estamos falando de coisas coloridas e cheias de calor. Mas você percebe que às vezes tudo parece que está simplesmente espiralando?

Você pode segurar aquela lanterna e mantê-la acesa até que a noite termine? E você pode estar aqui quando o dia amanhecer? Porque eu às vezes só gostaria que as pessoas ficassem quietas por um momento, só por um pequeno momento para que eu pudesse ouvir você sussurrando todos esses sonhos ao longe. Tão longe! Tão perto!

Onde coloquei minhas botas? E em que estrada nossos choros ficaram escondidos entre a vegetação? Você me manterá aquecida agora, querido? Porque essa sensação de estar em seus braços às vezes me faz acreditar que tudo não passa de uma pequena brincadeira. Nós sabemos, sim, nós sabemos que o universo gosta de rir.

Você deixará minha escuridão te invadir? Você permitirá? Você pode permitir? Porque está tão frio aqui agora, está tão frio enquanto você está pintando todos esses sonhos de longe. Estamos tão perto. Estamos tão longe. Eu deixo! Eu deixo...

Eu permito. 

E estou na ponte agora!

O que está fazendo? O que está fazendo agora?

Suspiro...


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Meu querido ser brilhante



No, I don't want to let fear come to me. I give to much space for fear before in my life. I think that was my mistake. At the end every time when we think that something is difficult and that we have problems, at the end everything work out.


Não, eu não quero deixar o medo vir sobre mim. Já dei muito espaço anteriormente para o medo em minha vida. E acho que eu errei. No fim quando pensamos que algo é difícil e que temos problemas, tudo acaba dando certo.


No, yo no quiero dejar lo miedo vir a mi. Ya he dado mucho espacio hacia el miedo en mi vida anteriormente. A mi me parece que yo erré. Al final cuando nosotros pensamos que algo es dificil y que temos problemas, todo termina bien.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Hail, Primavera!


Longo foi o inverno dos lobos do reino escuro, enquanto Etins se mantinham na terra. Longa foi à noite em que a donzela dormia, a vida é longa para o triste. Despertem agora todas as almas brilhantes, despertem da noite, da necessidade e da neblina. Agora a chama do dia brilha em nossos corações e as chamas também se erguem nesse recinto, brilhante como a noiva da primavera que se levanta!

Hail, Eostr! Hail, Primavera!

Longo realmente foi o inverno, longas foram às noites de choro, de dor, de decepção e de desilusão. Longos também foram os dias quando a esperança simplesmente parecia ter se escondido atrás das sombras da tristeza. Difícil foi de suportar o frio, a dor, o medo e o desespero.

Mas quando passamos por todas as intempéries da vida e ainda mais fatal, do inverno, saímos fortalecidos! Minha alma foi forjada no gelo do terrível frio de Skadi, a noite escura onde a aurora jamais parecia querer surgir temperou meu espírito, para a morte eu pedi conselhos, com a velha com crânios pendurados em sua saia eu aprendi. E aqui eu estou novamente, como Sigrdrífa, a despertar na aurora, saudando a primavera, saudando o dia, saudando a vitória!

Aos meus amigos eu desejo toda a alegria do mundo, que a energia crescente da primavera deite sobre suas vidas e seus sonhos um manto de crescimento. Aos meus amigos eu desejo que as situações sejam tão cheias de beleza como todas as flores que se colocam a florescer nessa época. Aos meus amigos o desejo sincero de que Sunna (deusa do sol) descongele suas terras para que todos os seus sonhos, ainda sementes, possam crescer, frutificar e alegrar ainda mais suas vidas.

Aos meus inimigos... Continuem comendo a poeira dos meus pés!

Hail, Sigrdrífa! Hail, Dagaz!

Saúdo-te, Dia! Saúdo-vos filhos do dia!
Saúdo-te, Noite e as filhas da noite!
Olhais para mim
E me deis a vitória. Hail!
Saúdo-vos Deuses! Saúdo-vos Deusas!
Saúdo a Terra gentil!
Concedam-me o discurso formoso, a sabedoria humana
E estendam sobre mim suas mãos de cura enquanto eu viver.
Hail!

- Prece feita por Sigrdrífa, a Valquíria, ao ser despertada na aurora!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Asatru Não É Wicca



Asatru não é Wicca

Por serem ambos os caminhos pagãos, muitas pessoas que desconhecem ambos podem achar que se trata de uma mesma coisa, ou de duas coisas semelhantes com nomes diferentes. A verdade é que Wicca é uma coisa, Asatru outra.

A começar pelos nomes de cada vertente já podemos ter uma pequena idéia de se tratar de coisas diferentes. Diz-se que a palavra Wicca está ligada a palavra saxônica Witch, que significa dobrar, girar ou moldar, a segunda palavra raiz a qual pode estar ligada, é a palavra germânica Wit que significa saber ou sabedoria.  Asatrú por outro lado não quer significar outra coisa senão Asa = Aesir (inclui também os Vanir – deuses da mitologia germânica-nórdica) e Tru = fé, assim sendo Asatrú significa fé nos Aesir.


Os símbolos das duas vertentes também demonstram como são diferentes uma da outra. A Wicca normalmente usa o pentagrama como seu símbolo, o pentagrama pode significar muitas coisas, mas dentro da Wicca é possível observar que ele está representando o equilíbrio entre os elementos, cada ponta representando a harmonia desses cinco elementos, sendo eles: ar, água, terra, fogo e espírito. A Wicca defende que devemos conviver harmoniosamente com esses elementos, com os ciclos de vida-morte-renascimento.



O símbolo do Asatrú é o Martelo. Não é necessária muita explicação para se compreender o Martelo, pois este símbolo foi retirado do Mito e representa o Mjollnyr, o Martelo de Thor, com o qual o deus Thor mata vários gigantes e defende Asgard, a terra dos deuses. Ao invés de ser um glifo que simboliza uma declaração metafísica complicada, como o pentagrama, o martelo é um símbolo simples retirado de um mito específico. Porém, nós podemos retirar alguma explicação da religião por meio dele. Se observarmos que o símbolo é a imagem de uma arma de guerra torna bastante significativo, pois tanto a teologia quanto a mitologia Asatrú não se baseia na harmonia entre várias divindades ou do homem com o universo, como expressa o pentagrama, mas numa relação de conflito.  

Outra grande diferença marcante é que a Wicca é panteísta, do grego pan = tudo e Theo = deus, ou “tudo é deus”. Podemos também dizer que a Wicca é duoteísta, pois se baseia inteiramente na imagem da mãe lua e pai-filho sol, por isso é tão comum aos Wiccanos acreditar que todos os deuses são faces de uma mesma deusa. Os Asatruar são politeístas, do grego poly = muitos e theoi = deuses. Nesse quesito Asatruar e Wiccanos podem até concordar que o universo ou pelo menos a terra tem uma natureza divina, mas para os politeístas há uma multiplicidade de separadas e distintas divindades que estão envolvidos numa complexa teia de relações. O politeísmo argumenta que, como entidades distintas, os Deuses representam características únicas e individuais, que podem ou não parecerem (ao menos para nós) estar em harmonia uns com os outros. Isso deixa claro que para os politeístas Odin é Odin, Thor é Thor, Frigga é Frigga e não faces de um único deus ou deusa.

Outra grande diferença está também que a Wicca, embora defenda que vem de linhagens de bruxas hereditárias, trata-se de um esforço (e que deve ser reconhecido) do folclorista e funcionário público inglês Gerald Brosseau Gardner. É conhecido que grande parte do trabalho de Gardner foi retirado de vários trabalhos de teóricos como a antropóloga Margaret Murray, o ocultista Aleister Crowley, o folclorista James Frazer e o poeta Robert Graves. A estrutura ritual da Wicca também foi influenciada pelas as sociedades ocultistas como a Golden Dawn, a OTO - Ordo Templi Orientis e a Co-Maçonaria.

O Asatru se trata de um movimento conhecido como Reconstrucionismo, que basicamente quer dizer que é uma reconstrução da antiga religião pagã anterior ao cristianismo. Isso se deve ao esforço de muitos grupos isolados em estudar e pesquisar a história, a arqueologia e os mitos, criando uma estrutura ritual, artigos, métodos e terminologia onde Mito e História são combinados.

Outra grande diferença está na ritualística de um e de outro. Por incrível que pareça, a Wicca (ao menos a de Gardner) tem uma base metafísica muito forte e é conhecida como uma religião de mistérios, que sugere uma base nas práticas de êxtase dos antigos povos europeus. Como regra geral, vários covens (grupos Wiccanos) se envolvem com os “mistérios”, tipicamente significando o entendimento esotérico de vários eventos mitológicos ou rituais. Alguns sugerem que os alicerces da prática da Wicca Gardneriana tinha fortemente suas prioridades no mágico-ritual, ao invés de qualquer forma particular de adoração. Assim, podemos dizer que a Wicca sempre priorizou suas práticas de magia e feitiços, antes da veneração religiosa. Isso é ainda sugerido pela quantidade de tempo que é reservado para a abertura de um circulo mágico “formal”, por exemplo.

O Asatru, no entanto, é principalmente uma religião “votiva”. Enquanto os mistérios e a magia são também encontrados no Asatru, elas são geralmente reservadas para as atividades separadas e distintas do trabalho principal religioso. É facilmente encontrado em Kindred (grupos de Asatruar) no Asatru os trabalhos mágicos com Runas e Seidhr, mas são geralmente um trabalho além de um ritual de adoração (Blót) e não como parte essencial de um.  Os rituais primários do Asatru são simples. Eles podem se juntar para um trabalho mágico, ou para um Súmbel (basicamente “beber cerveja”) ou para estudar o Hávamál, isso é um traço comum e simples: o de que eles tomam parte em blóts – que se dedicam a uma expressão votiva bem como para um trabalho de “mistério”. Uma pessoa não é Asatruar porque faz trabalhos mágicos com Runas ou de Seidhr, uma pessoa é um Asatruar porque venera e faz oferendas aos Aesir e Vanir.

Como disse Devyn Gillette: “Pode-se então dizer que a Wicca é uma religião que evoluiu a partir de um grupo mágico, enquanto o Asatru é uma religião da qual evoluíram grupos mágicos. Você poderá encontrar Asatruar de muitos anos de experiência que nunca experimentou magia, mas é quase impossível pensar em um Wiccan em tal situação”.

Heilsa Aesir ouk Vanir!
Hail Kindred Höfðingjar Norður!

PS: Isso tem várias fontes, peça que eu dou, estou com preguiça de fazer bibliografia!
Mais sobre Asatru, Odinismo e Troth nos blogs: Templo de Vanadis e Wodangang (ambos escritos por mim)

E musiquinha Viking pra finalizar! ^^




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Letargia



Cai a neve dura sobre os sentimentos, os pensamentos simplesmente não falam, todas aquelas vozes se calaram. Apenas a lembrança da insanidade dançando nas paredes da mente, somente a insanidade que aparece vezes ou outras no repositório das memórias.

Ameaça, humilhação, destruição, cenas medíocres... Pessoa pobre de espírito, ferida, atormentada, insana, desajustada... Não tenho pena, não tenho compaixão, não tenho nada... Os sentimentos se apagaram como quem apaga a luz usando um interruptor.

Porém, isso não é algo bonito de se ver, é algo triste, é feio, não convém sequer ficar pensando, mas estou letárgica, apática, isso não faz emergir nenhum tipo de emoção, nenhum tipo de sentimento. Apenas o desprezo. A decepção. A conclusão de que se trata de um doente.

O que restou disso tudo foi no final muito benéfico, restou a certeza de continuar adiante, de deixar para trás tudo aquilo que não me serve. Restou um desejo forte de viver a minha vida, de encontrar coisas melhores e mais belas para viver. Restou um pouco de amor próprio, da certeza de que eu posso ficar tranqüila, de que estou protegida e que não tenho que me lamentar a perda. A perda foi em si uma bênção, fiquei livre de ter que passar por muito tempo de minha vida vivendo situações destrutivas. Perder aqui significou ganho!

O que virá agora eu não estou certa, mas sinto que daqui em diante as coisas fluirão, coloquei um ponto final, virei a página, findei o capítulo. Game over. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Descomplicação

Na foto Harry Potter brasileiro!


Eu acho que nunca estive tão impaciente pela primavera como eu estou esse ano. Primeiro porque convenhamos foi um inverno traumático, segundo porque “caralho, precisa fazer tanto frio assim?” e terceiro hoje é um dia daqueles que você tem certeza que é um dia completamente inútil, em dias muito, muito inúteis é maravilhoso sair caminhando por aí, até encontrar um bar, sentar numa mesa e beber cerveja enquanto joga conversa fora ou simplesmente fica olhando os carros passarem. Mas quem é que vai passar em qualquer lugar com um frio de Niphelheim desse?

Aí quando não resta muita coisa, em dias inúteis a gente tenta ficar repetindo frases para ter certeza de que afirmações positivas não funcionam. Pega aquela pessoa aleatoriamente e começa analisar seu comportamento só pra se decepcionar com ela. Você fica cheio daquelas idéias grandiosas que você nem vai se lembrar amanhã, gasta milhares de horas lendo livros inúteis só para depois entender o que é que as pessoas estão falando numa roda de conversa.

E os gregos diziam: “Nada em excesso”.

Nós temos sede de inutilidade e é engraçado porque se analisarmos bem tudo o que fazemos em geral é uma senhora inutilidade. O bom de dias inúteis como esse é que eu percebo que às vezes eu só tenho que tornar as coisas simples. Mas eu não faço isso sempre, é complicado descomplicar, porque às vezes a “descomplicação” não depende unicamente de mim. Mas, no que me diz respeito tudo já ficou muito simples:

- Confesso que eu não segui conselhos que eu devia, mas quem sabe na próxima.

- Não vou falar com pessoas que me ignoram, ainda que eu esteja louca para falar com elas.

- Não gastarei meu tempo ficando mal por causa das duas coisas acima.

- O sofrimento dos outros me dói, mas posso conviver com isso.

- Gentileza ainda é uma virtude!

- Amigo que é amigo está sempre por perto de um jeito ou de outro.

- Eu amo quem eu quiser e ponto.

- Idiotices são indispensáveis para um viver feliz!

- Por mais difícil e incompreensível que isso seja às vezes cometemos erros que são irreparáveis.

- Não gastarei meu tempo ficando mal por isso também.

- Minha melhor amiga é uma boneca de pano chamada Vasalisa!






Só pra entrar no clima gelado de hoje! huahuahua

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Deixo ir


Amor, Nott hoje me envolveu com o seu belo manto noturno, amorosamente me deixando lembrar aquelas coisas que me fazem tão bem num nível pessoal e individual. Aqueles gestos amorosos que conseguimos de tempos em tempos ter com a gente mesmo, um tipo de entrega delicada de mim para mim mesma.

Perguntei a Hella o que seria interessante deixar morrer hoje para assim gerar mais vida. Então, percebi que eu preciso te deixar ir. Não externamente, porque há muito não está aqui, mas te deixar ir embora de dentro de mim. Eu te senti e te ressenti por muito tempo, eu te amei e te odiei por muito tempo. Em silêncio eu te toquei, afaguei seu cabelo, te beijei e te deixei dormir comigo. Em silêncio também eu te contei histórias, te disse o que eu sentia e o que eu esperava de você. Mas, isso só está em minha cabeça e eu preciso te deixar ir.

Não quero que se vá numa nuvem tempestuosa, quero que vá ao sopro do vento, na brisa quentinha da manhã, com um monte de coisas novas e bonitas para viver. Mas, eu tenho que te deixar ir, para dar espaço ao novo, para deixar que minhas necessidades sejam supridas de outra maneira. Eu preciso que você siga em frente, então simplesmente vá. Aos sopros dos meus beijos, com o meu sentimento de profunda gratidão, por toda a experiência, por tudo aquilo que eu aprendi contigo.

Preciso que entenda e que siga adiante, pois com a sua presença dentro de mim eu só consigo sobreviver e com o seu gesto gentil de partir eu começarei a viver. Deixar-me aqui sozinha é um gesto de amor de sua parte, eu entendo que é, pois assim eu fecharei esse capítulo de nossa história e estarei livre para começar um capítulo novo da vida. Obrigada por sua presença, mas agora é preciso te deixar ir.

Adeus, amor. Adeus! 

domingo, 28 de agosto de 2011

Beleza



Às vezes eu percebo que beleza não é algo superficial, como um rosto bonito e um sorriso perfeito, beleza é algo que floresce do interior! Tenho visto tantas pessoas “lindas” por fora e podres por dentro. E vejo tantas pessoas lindas por dentro que acabam se tornando lindas de qualquer forma! Aparência não quer dizer muita coisa.

A beleza é algo que me chamou hoje, porque algumas coisas não tão agradáveis também me chamaram a atenção hoje. Fiquei pensando se seria mesmo necessário tentar vestir milhares de máscaras e sair me apresentando por aí como uma pessoa longe de ser o que eu sou, aquele “eu ideal”.

Acho uma maluquice pensar em ser um “eu ideal”, de fato eu não sou uma pessoa agradável para muitas pessoas, a julgar pelos poucos amigos que eu tenho, não devo de fato ser uma pessoa agradável. Às vezes, quando eu estou bem doida, eu gostaria de ser a pessoa ideal para alguém, mas isso significa ter de mentir pra mim mesma e acho um preço muito alto a se pagar.

Não sou também nenhum exímio de amor próprio, se assim o fosse já teria abandonado coisas, pessoas e amores há muito tempo. Mas eu estou tentando, a cada dia eu tento um pouco mais e se alguém quiser gostar de mim, vai ter que gostar de mim imperfeita do modo como eu sou, com minhas esquisitices, minhas fragilidades, meus defeitos e excentricidades. Porque isso também faz parte do pacote.

Não se trata de arrogância da minha parte, acho que quando as pessoas têm de gostar da gente, elas simplesmente gostam, pela afinidade, por qualquer coisa, não preciso ser uma pessoa que eu não sou simplesmente para que gostem de mim. Não que a rejeição não seja dolorida pra mim, às vezes a vida gosta de pregar peças e me fazer gostar de pessoas que não gostam de mim. Mas o outro nunca é culpado por isso, a rejeição sempre será um sentimento meu, que sou eu quem sente e eu que tenho que me resolver com ele.

Já vivi alguns bons anos nessa vida e aprendi que me vender em troca da aceitação dos outros é um preço muito alto, porque no final das contas, é comigo mesma que eu tenho que conviver 24 horas por dia em 365 dias por ano. Ou seja, se há realmente alguém nesse mundo que eu tenho que estar bem esse alguém é eu mesma. E a vida sempre dá um jeito para não nos sentimos completamente sozinhos nesse caminho, quando parece que está difícil demais surgem pessoas, situações, momentos que nos inspiram, que nos acalentam, que nos dão um pouco mais de força para continuarmos.

E a vida é em si mesma uma prece à beleza, não a essa idéia insana de beleza que vemos por aí, de corpo perfeito, escultural e bons modos. Beleza não é uma coisa. Beleza é uma inspiração, é uma energia, uma conexão. O nascer do sol é lindo não porque ele é uma coisa, mas porque ele nos inspira beleza.

Então, se há algo que eu sempre digo a mim mesma é: Não se venda! Às vezes é realmente difícil, às vezes é realmente doloroso, às vezes dá vontade de chacoalhar o outro e berrar: “Me aceita assim mesmo”, mas não temos o controle sobre os outros, não existe uma fórmula, não há como se obrigar a gostarem da gente. Podemos vestir milhares de máscaras, mas isso soa tão superficial que todos percebem. Infelizmente eu não sou uma peça que qualquer um pode moldar para me ter sob medida. Eu até gostaria que assim fosse, pois quem sabe isso resolveria a questão da rejeição. Mas não é bem assim que a banda toca. Até porque não estou aqui para servir, mas pra compartilhar. Assim sendo você não gostar de mim é um direito seu, da mesma forma que lidar com a rejeição é um problema meu e vice-versa.

Beleza é, assim simples.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Essencialmente bons e maus

Na Ilustração a deusa nórdica Hella, deusa do submundo conhecido dentro da mitologia como Helheim, para onde vão os mortos. A deusa em si tem um lado belo e um lado sombrio.

"A arte do guerreiro é equilibrar o terror de ser um homem com a maravilha de ser um homem." - Carlos Castañeda

Estava eu aqui novamente tentando pensar a respeito do inverno, a respeito dos atos, sobre se somos essencialmente bons, ou essencialmente maus, se certos sentimentos são permissíveis a alguns e não a outros, estava me colocando a pensar na variedade do ser, dos “nós”. Estava pensando nas ações e nos eventos que delas resultam. Estive observando as pessoas, li num blog um autor que estava falando que certos psicanalistas vêem pênis por toda a parte nos símbolos oníricos e nos comentários do mesmo artigo, tinha um profissional da área defendendo o ponto de vista do Freud e o outro psicanalista citado no artigo do rapaz, dizendo que naquele tempo era o que eles tinham, dizendo que o grande problema não era basicamente ver pênis por toda a parte nos símbolos oníricos, que o problema era a escória da sociedade que adorava Raul Seixas e vivia transgredindo leis ou tentando viver como ele viveu. Tentando agredir o autor do blog pelas suas preferências e claro, porque discordava do ponto de vista dele.

Então eu penso: “Não é o que pensamos que nos torna qualquer coisa, não é o que pensamos que faz com que tomamos um lado ou outro, não é o que pensamos que faz com que defendemos uma coisa e atacamos outra, são as nossas convicções que nos impulsionam a fazer isso”. Será que algum deles estava com medo de estar errado ou de admitir que o outro poderia estar certo? Vejamos...

Eu converso com uma amiga, que está com um sério problema, não falarei do problema dela em específico porque isso não diz respeito a ninguém, mas podemos dizer que ela está basicamente de cara com a morte. Então, me contou que sonhou que estava recolhendo ossos na noite anterior. Eu pensei, seja como for, ela está tentando resgatar aquela força interior que há tanto tempo residiu na escuridão do inconsciente dela, tentando pegar os restos, aquilo que restou de si mesma para trazer à vida. Então, há algo que ela diz que me chama atenção: “No final eu estou bem, estou como se me sentisse numa capsula, eu sei que tudo o que está acontecendo são conseqüências das coisas que eu fiz e eu tenho que lidar com isso de qualquer jeito. Sem lamentações para o momento. Sinto-me estranha de todo modo, em outro momento isso me deixaria desesperada, mas agora eu só tenho em mente que isso é resultado de tudo o que eu fiz e tenho que resolver”.

No Odinismo nós damos o nome a essa onda de eventos de Wyrd. Wyrd não se trata de destino, mas das conseqüências de nossos atos, ele diz absolutamente que é exatamente aquilo que estamos fazendo hoje que determinará como será o nosso amanhã. E pensar nisso é angustiante de toda maneira, imagine ter de estarmos completamente atentos com cada palavra falada, com cada ato, com cada sentimento, com cada pensamento. Wyrd é basicamente como muito bem descreveu Saramago no Ensaio Sobre a Cegueira:

A culpa foi minha. chorava ela, e era verdade, não se podia negar, mas também é certo, se isso lhe serve de consolação, que se antes de cada ato nosso nos puséssemos a prever todas as conseqüências dele a pensar nelas a sério. primeiro as imediatas. depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala.”

De todo modo é sempre impossível prever. Nunca sabemos que interpretação o outro pode dar a qualquer ato nosso, pois nunca conseguimos ser impessoais. Toda a leitura que nós fazemos do mundo é profundamente pessoal, individual e intransferível. E aqui cabe porque eu quis falar primeiramente da convicção dos dois terapeutas anteriores. A convicção tem um quê de resistente. Existem certas crenças pessoais que não abrimos mão, mesmo quando estamos certos de que elas não estão nos fazendo bem, quando ela só está nos levando viver à vida do modo mais difícil. Embora haja de se pensar qual deveria ser o modo fácil. De todo o modo, vejo pessoas defendendo morais, defendendo conceitos a preço de sua própria felicidade, de seu próprio bem estar.

Estava a pensar que estamos tão programados a evitar as coisas ruins, que nem nos damos conta que muitas vezes o simples ato de evitar dá inicio as coisas ruins. Somos criados de tal maneira que estamos todos com medo, estamos todos com medo do que queremos ou desejamos, estamos envergonhados do que somos, do que pensamos, do que desejamos, estamos constantemente vivendo num estado de tensão louco. E estamos constantemente tão rígidos, com tanto medo de sermos descobertos, com medo se seremos rejeitados, humilhados, vitimizados, hostilizados, que estamos constantemente lutando para evitar qualquer tipo de contato com aquilo que uma autora muito sabiamente nomeou de “não-belo”. Estamos numa corrida louca atrás do prazer, do bom, do correto, do belo e tudo o que parece sair do que é “bom”, nos deixa completamente aterrorizados e desesperados. Então, lutamos, lutamos para defender nosso ponto, para defender as nossas convicções, para manter a persona, para não perdemos um bocado de comida, ou de prazer, ou de qualquer coisa que nos mantenha acomodados em nosso mundinho convencional e confortável, por mais infeliz que possamos estar com isso.

Porém tudo tem o seu tempo. Quando estamos vivendo o inverno interior, percebemos que às vezes parece ser uma época totalmente irritante, tudo está recuado, é a morte que está a dançar por todos os lugares, é o frio que nos mantêm presos em casa tentando nos manter aquecidos, é a lentidão das horas, a escuridão dos dias e das noites, a feiúra, o desprazer, a necessidade de ter que lutar ou fazer muito esforço para sobreviver. No inverno é quando nós vemos a Morte batendo em nossa porta e nos lembrando que na natureza tudo é cíclico, que é necessário morrer para nascer, que isso faz parte do ciclo vida-morte-vida. Assim como é a natureza, cíclica, assim nós também somos. Nossa racionalidade e genialidade nos fez acreditar que estamos apartados da natureza, que somos um bando de alienígenas que em forma de espírito tomamos um corpo e estamos aqui apenas de passagem. Mas, não é assim, nossa psique, nossa alma, seja lá que nome você gosta de dar a isso, não está apartada da natureza. Não importa o quão cheio de nós mesmos nós estamos, não importa o quanto estamos numa corrida maluca atrás do que é agradável e só do que é agradável, o inverno sempre irá se apoderar de nós quando for o momento e a Morte virá bater em nossa porta com sua cara feia e dizer “Oi”.

É necessário fins para os novos começos, é necessário encarar o feio para se encontrar o bonito, é necessário passar pela noite para vermos o nascer do sol. Preocupa-me essa loucura generalizada no qual todos nós estamos submetidos. Essa busca desenfreada pelo que é bom e agradável, essa loucura de que temos de aceitar o bem e negar o mal. Essas ações estão simplesmente mutilando nossa humanidade. Nossa totalidade é uma dança de bem e mal, masculino e feminino, luz e trevas, feio e bonito. E é dolorido olhar para o mundo e perceber que essa fixação pelo que é agradável e só pelo que é agradável é que norteia nossos comportamentos. Quando estamos cheios dessa fixação, achamos que temos o direito de ferir uma pessoa que errou com a gente, porque só nós somos o correto, em nossa loucura, achamos que temos o direito de julgar as outras pessoas que não se adéquam a sociedade e a moralidade implantada só porque estamos convictos que assim que tem que ser. Não conseguimos perceber que enquanto estamos tão obcecados pelo que é agradável, nossos olhos só conseguem focar no que é desagradável, justamente porque estamos morrendo de medo de ter que encarar o desagradável batendo a porta ou a Morte. Estamos apavorados e queremos ter o controle de tudo, mas não podemos ter esse tipo de controle.

Não há uma receita, embora milhares de livros estejam aí pra te dar alguma pista. O inverno chega para todos, a morte vem para todos, os fins também vem para todos. Mas isso não é ruim, apenas cíclico. Nós reagimos bem e aceitamos estação invernal quando ela chega pra nós, sabemos que não podemos fazer nada contra o clima, contra a baixa temperatura, nós nos recuamos, fechamos nossas casas, procuramos as bebidas quentes, tentamos nos manter aquecidos o máximo que pudermos, nos agasalhamos, queremos dormir até mais tarde, preferimos ficar dentro de casa. Ninguém tem vergonha porque está com frio. Ninguém também deveria ter vergonha porque está vivendo um inverno da alma, porque todos nós o vivemos. Todos nós encaramos fins e recomeços, dores e alívios, tristezas e alegrias, erramos e acertamos, é inerente ao ser humano. Isso é nosso e é nosso direito conviver com isso. Quando passamos a aceitar o próprio mal, o próprio “não-belo” que temos dentro de nós, conseguimos aceitar isso nos outros também. Não iremos querer matar o outro só porque errou ou fez algo que julgamos errado, só desejamos matar o outro por um erro cometido, quando também desejamos matar a nós mesmos por cometermos os mesmos erros. Mas quando nossa convicção não é mais a de se estar certo ou de se evitar o “não-belo”, quando aceitamos isso dentro de nós mesmos, então conseguimos aceitar isso nos outros, as pessoas deixam de ser tão irritantes, porque nós não estamos mais tão irritados com nós mesmos. E a isso alguns dão o nome de transcendência, mas não passa de um movimento de auto-aceitação.

Os outros são exatamente aquilo que nós projetamos. Ninguém é impessoal. E o universo como nós o vemos é apenas uma visão pessoal que temos dele, e, ela é mutável, desde que estejamos dispostos a aceitar o bem e o mal dentro de nós mesmos, de nos acolhermos verdadeiramente nos nossos invernos pessoais e procurarmos nos aquecer, ao invés de tentarmos evitar isso a qualquer preço, só porque nosso inverno interior poderá nos mostrar que não somos belos, ou bons ou tão perfeitos quanto gostaríamos. Quando abandonamos nosso desejo insano de perfeição, então podemos viver em paz na nossa completude. Quando o inverno acaba, sempre se segue a primavera com as suas novidades e seu pulsar de vida. Os altos e baixos, os feios e belos, são inerente a nossa natureza. Somos essencialmente bons e maus. A luta do bem contra o mal é o foco da moralidade. Talvez seja um grande passo conseguirmos parar de lutar. O cão não ladra por valentia e sim por medo – provérbio chinês.

Ainda Saramago: “O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros, São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegamos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.”

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mother Revolution


Todo mundo sabe que eu adoro Tori Amos desde muito tempo, nunca me canso de ouvir, é aquele tipo de cantora e banda que você simplesmente não consegue se enjoar. Acho que gosto tanto dela porque ela está sempre relatando às vezes aquilo que eu sinto como eu exatamente sinto e o que eu desejo como eu realmente desejo. A musica tem um modo estranho de interagir com a gente. É como Adous Huxley diz: “Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música”.

Estava aqui escrevendo, tentando criar alguma coisa, deixando a criatividade me curar, pois a criatividade é um meio bastante eficaz de cura da alma, ouvindo Tori Amos, quando ao ouvir a musica Mother Revolution do álbum Beekeeper, eu senti algo estranho que eu não saberia descrever, eu simplesmente parei e pensei: “Bem, essa musica está falando comigo”. Então, ouvi a musica um monte de vezes para captá-la e ao prestar atenção na letra, eu vi que ela estava exatamente falando de mim ou comigo. Ela diz o que eu sinto, o que eu fiz e expressando aquilo que está no inconsciente. E pior, ela estava realmente falando a respeito do que eu estava escrevendo. Pela percepção alterada, eu acho que a musica acabou ficando mais intensa e psicologicamente causou um tipo de expressão, para não dizer, pura projeção! 

A musica e a tradução estão abaixo:





Mother Revolution
Artista: Tori Amos
Tradução: Chaos Baby

Sorte a minha, eu imaginei o tipo de homem
Que você poderia vir a ser
Agora eu desejava estar errada e então
Eu iria me lembrar de respirar.

E ao longo da torre de vigia
Os cavalos e as éguas da noite negra
Preparam-se para o resultado
Para os tempos estranhos (que virão) sobre nós
Mas você não contava que
Era outra mãe da
Outra mãe da revolução
Mas você não contava que
Era outra mãe
Uma mãe da revolução.

Você poderia me ter
Você poderia me ter
Você poderia me ter bem ali, ao seu lado.
Você poderia me ter, garoto
Você poderia me ter, yeah
Você poderia me ter bem ali, ao seu lado.

Uma esposa emprestada num café
No velho El Paso
Depois eu vou para os Sete Portões
E minha irmã é Bass Bonanza.

E ao longo da torre de vigia
Os cavalos e as éguas da noite negra
Preparam-se para o resultado
Para os dias estranhos (que virão) sobre nós

Você não contava que
Era outra mãe da
Uma mãe da revolução
Mas você não contava que
Era outra mãe da
Uma mãe da revolução

Você poderia me ter
Você poderia me ter
Você poderia me ter bem ali, ao seu lado
Você poderia me ter, garoto
Você poderia me ter, yeah
Você poderia me ter bem ali, ao seu lado.
O que você não contava que
Era outra mãe da
Uma mãe da revolução.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Frio


Tem dias em que a morte escoa pela janela, você simplesmente não consegue se envolver com a alegria que tenta te tocar. Parece que simplesmente falta alguma coisa. Não há o que sentir, pois não há uma tristeza que te afogue o peito e a alegria, ela fica rodeando, mas é como se houvesse um campo gelado ao redor, não a deixando te tocar.

Tem dias que o passado é soprado para longe, com o vento, mas de certo modo, para se convencer de que isso é o melhor agora, você repassa milhares de vezes todas aquelas cenas cinzas e horríveis. Então, você vai aos poucos percebendo que o frio te mostra muitas coisas das quais você não estava querendo ver. Você percebe que pessoas que você gostou muito por algum tempo, cavaram um túmulo e te enterraram vivo lá dentro. Não dá pra se dizer muito de sentimentos quando você é simplesmente um zumbi.

Assim eu me sinto hoje, como um fantasma a correr pela casa, vai para um lado e para o outro e ninguém percebe. Mas isso não é triste, não, definitivamente não é triste, embora seja sombrio. Quando o frio é muito intenso, há algo em você que o reflete também, há algo em você que é exatamente como os espíritos que cavalgam o vento gelado. Há algo em você que é tão ou mais gelado que o sopro do inverno.

Isso não é bom ou ruim, simplesmente é. Hoje eu não quero conversar, hoje eu não quero olhar para as pessoas, hoje eu não quero esperar por nada, não quero fazer nada, simplesmente quero ficar parada, sozinha, escrevendo o que vir a mente, ouvir as musicas que parecem refletir esse estado de congelamento. Embora eu desejei muito buscar o sol, hoje eu simplesmente não consegui, sou apenas um ser de gelo.

Um ser de gelo.

Um zumbi que fora enterrado vivo.

Aquela que não se importa mais. Aquela que cansou de se importar. Aquela que sabe que talvez amanhã o sol surja e derreta todo esse gelo, mas hoje eu apenas sou um enorme cubo de gelo. Fria, clara e sombria. Hoje eu sou uma com o frio.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nada



Não quero pensar, só por agora, não quero pensar... Eu agarrei um momento, um momento onde os barcos estavam todos ancorados e as enormes ilhas estavam atrás deles, é só um momento, um momento eternizado por minha memória. Um momento...

O navio parte, seu rumo o horizonte infindável, as ondas calmas, o sopro do vento, a luz do sol suave repousando na paisagem serena. O navio vai, não sei bem para onde, o navio vai e talvez reste uma saudade daquilo que se deixa, uma saudade daquilo que se vai, uma saudade... Encarcerado o coração da tristeza que não se sabe de onde vem e mesmo se soubesse não se falaria sobre isso... Não falamos mais sobre isso... O gato comeu a nossa língua. E o gato está morto. Nós também morremos?

As regras se escondem embaixo das cobertas em dias frios como esse. As regras escorregam para debaixo do tapete do desejo. As regras foram feitas para serem quebradas, como copos de cristais estourando ao som da voz aguda. Regras gostam de ter sentidos, como eu sinto, não me importa o sentido, como eu sinto aquilo que já havia sentido. Sentido, passado ou direção?

Mas essa é só uma tarde e os barcos não estão ancorados, o vento sopra as velas, o capitão gira o leme e a margem já não está mais tão próxima. O silêncio do tumulo, o silêncio do balcão do bar. E aqui vou eu novamente, rumo ao desconhecido, rumo às novas conquistas, rumo sabe-se lá pra onde.

A vida é um jogo e em jogos se perde e se ganha. Em jogos só o que fazemos é jogar e eu acho que me sinto um pouco cansada, um pouco indisposta, um pouco sóbria demais. E o que dizer daquele que me tira do mar furioso? O que dizer de deixar as águas rumo às terras seguras? O que dizer?

São imagens, imagens que se sente, imagens que se preenchem, como uma taça a se encher de vinho, como um copo a se encher de saudade, como uma cachaça a nos encher de embriaguez. Como? Os dias se vão, não há urgência, nada é tão urgente quando pensamos que somos eternos, quando estamos cheios de nossas certezas... E eu me escondo nos pinheiros. E nada é urgente. Nada é.

Nada, o mar ou o vazio? Nada é pra sempre, nada é vazio, nada entre as ondas. Nada. Eu estou com sono, querido, estou com sono e preciso dormir. 


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Rabiscos

Deuses!

Eu vou escrever porque se eu não escrever eu vou me jogar da cadeira pra ver se morro!

Eu vou escrever porque eu preciso absurdamente ouvir o teclado enquanto meus dedos batem em suas teclas.

Vou escrever porque eu descobri que meus amigos são a luz do meu caminho e que sem eles eu poderia agora estar me afogando na escuridão.

Vou escrever porque eu ainda gosto dele, embora soubesse que ele quer mais é ter minha alma! (hahahaha Salve, Mano Brow!)

Vou escrever porque no vazio da minha mente jaz todas as respostas que eu quero obter, nesse vácuo mental há uma sabedoria, a sabedoria dos deuses, a sabedoria de todo o universo.

Uma pergunta: “Isso vai durar até quando?”

O veneno vai correndo pelo meu corpo e eu estou numa luta insana, entre a lealdade que devo ao meu próprio espírito e a submissão ao meu condicionamento comportamental.

Palavras do dia: Amor, orgulho e desejo!

Sopraram os ventos da insanidade e alguém como eu simplesmente inventou de dançar na companhia de Loki, porque quando tudo está dando errado, há a possibilidade de ficar pior, mas quando tudo realmente está pior existe a possibilidade de rir. Posso não conseguir mudar as coisas agora, exatamente agora, mas posso rir de mim mesma quando me sinto obstinada.

Obstinação faz macacos caírem na armadilha!

Amor, hoje eu dançaria com você a noite toda, eu beberia até do vinho mais barato, eu faria amor contigo a noite inteira... Mas nem tudo é do modo como desejamos que seja!
I miss you...

Às vezes é necessário humildade para deixar com que a vida siga o seu fluxo. Isso não tem a ver exatamente com rendição, mas vontade sem ânsia de resultado ainda é de todo perfeita!


Como chocolates, pequena suja, coma chocolates!


No telefone uma amiga doida compartilha que é tão infeliz quanto eu e rimos disso.

Em casa uma amiga me ensina que quando os bicos do peito doem é porque eles querem ser chupados!

Insanidade preenche o labirinto daquilo que chamo de mente. Os deuses sorriem, não porque a vida está louca, mas porque eu aprendi que às vezes se render é um passo para a liberdade.

E eu não faço outra coisa senão amar aquilo que me afeta profundamente.

Deus me disse: “Desce e arrasa” e eu respondi: “Ah, eu não. Desce você!”

Eu me incomodo com o seu orgulho porque eu queria que você agisse diferente. Lembrando que você é meu espelho, então eu me incomodo com o seu orgulho, porque meu orgulho me impede de fazer diferente. Mas se você me dissesse um “oi”, eu abraçaria você!

Outra pergunta: “Orgulho: um inimigo ou um aliado?”

O tempo decide!

Há sempre um amor que nasce para cada amor que morreu. (Coisa do Dream Theater isso)

Afinal, amor era uma das palavras, não?


Eros, Eros! Se for pra ser intenso, ao menos que me faça morrer numa cama de rosas!

Quando você fechar seus olhos, saiba que estarei pensando em você
Enquanto minha amante me chama para permanecer no centro das suas atenções novamente
E esta noite eu não estarei sozinho, mas você sabe que isso não quer dizer que não estou solitário.
Eu não tenho que provar nada, é você por quem eu morreria para defender!

Bon Jovi desgraçado!

It’s this that I feel.

Por hoje é só pessoal!




É o fim da picada, mas tudo bem... Depois passa!

"Tudo passa, tudo passará
Tudo passa, tudo passará

E nossa história não ficará
Pelo avesso assim

Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar"


Mas emo que isso, só dois disso! huahuahau
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