Às vezes as luzes simplesmente se
apagam. O que haveria de errado com a escuridão? Às vezes o porão está muito
empoeirado para conseguir ver algo lá dentro. Às vezes quando você caminha
pelas ruas (para comprar cigarros?) as pessoas são nada além de pequeninos
vultos na escuridão. Às vezes tudo o que você quer fazer é chorar até secar
aquele gigantesco rio que corre dentro de você.
E eu não vou mais perguntar o que
há de errado comigo? Eu não vou mais perguntar coisa alguma para eu mesma. Às vezes
eu acho que eu só queria uma cama cheia de rosas para me deitar. O que há de
errado na depressão? O que há de errado se eu não sou a garota com a qual
alguém sonhou? O que há de errado quando eu só quero me sentar e ouvir aquela
musica tantas vezes quanto eu achar necessário? O que há de errado?
Estou cansada de olhar para o céu
em busca das estrelas essa noite! Estou cansada de me sentar na margem do rio e
observar que nunca é a mesma água! Estou cansada de me sentar diante desse
computador e pensar como os grandes pensadores saberiam fazer, não que eu seja
grande, na verdade eu sou muito, muito pequena. Eu sou aquela pequena flor que
insiste nascer no deserto.
Às vezes quando o vento sopra, eu
sinto que há algo de novo no ar e me esqueço que tudo está apenas sendo
arejado. Eu só sou uma garotinha, uma garotinha que desenhou alguns sóis
esperando que a tempestade fosse embora com isso. Você sabe o que acontece com
garotas como eu? Nem eu!
Às vezes eu acho que sei tudo,
quando na verdade eu não sei de nada. Mas quando as luzes se apagam resta
apenas a escuridão de ser o que eu sou. E nem vou querer saber se algum dia
alguém como você vai deixar que minha escuridão te invada. Porque quando se tem
algumas pílulas nadando em seu estômago, escuro ou claro não faz nenhuma
diferença.
Não, não há o que pensar. Eu sou
apenas uma luz apagada. Apenas uma luz apagada.
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