sábado, 21 de maio de 2011

Chapeuzinho

Eu coloco um chapeuzinho em minha cabeça e sigo adiante na estrada, sozinha, porque me lembrei da luz que existe dentro de mim. Eu olho a estrada adiante e às vezes eu penso que tenho um pouco de medo de ficar sozinha. Mas às vezes quando não se tem esperança, a tristeza é só um motivador. E eu estou tão triste quanto um bom livro.

Mas hoje diante da sua felicidade e ao perceber que não significo muito para você, eu tive forte em minha mente a imagem da maior avenida da cidade, com seus prédios enormes, os carros passando apressados, as pessoas pela calçada apertando o passo e o casaco para diminuir o frio. E eu também me lembrei do quanto desejei estar com você. Mas o frio é um manto bonito para aqueles que se sentem acorrentados. E eu vou para onde o vento frio sopra.

É bonito por que é triste? Ou é triste por que saúdo a solidão? E de que solidão eu estou falando se estamos juntos? Aliás, estar junto significa estar perto. Estou perto de quem agora? Só dessa luz que brilha dentro de mim, enquanto eu me encaminho para o metrô dos meus sonhos. Quando eu pinto bordas alaranjadas em estábulos fedorentos. Sou apenas aquela com um chapeuzinho na cabeça tentando encontrar aquela pequena luz embaixo de toda essa bagunça.

Um anjo veio me dizer essa noite de que minha beleza não me salvaria e que eu estava condenada ao inferno. Passarei a eternidade na danação, então decidi colocar o meu chapéu, me olhar no espelho e ir para o inferno o mais linda quanto possível. Amaldiçoando cada doce momento, amaldiçoando aquela cena que guardei numa capsula azul, onde você olhava em meus olhos e eu soube que estava fodida porque te amei tanto. Aquele momento, onde a beleza era tão sedutora que te transformei num quadro bonito e assinei minha sentença de morte. De chapeuzinho na cadeira elétrica.

Pegue mais uma parte das minhas graças. Eu estou descendo pela encosta como uma avalanche, eu estou desaparecendo na fumaça, minha estrela está se apagando e os anjos cantam glória. Essa é a minha queda e garanto que a ultima. Daqui em diante só pintarei quadros bonitos, daqui em diante só andarei pelas ruas com meu chapeuzinho na cabeça, daqui em diante eu esquecerei seu nome.

“Tanto faz” foi a minha ultima frase. E eu tentei dizer todas essas coisas, mas você não quis me ouvir. Again and again and again... Então eu escrevi num papel para que você fosse tão feliz quanto conseguisse ser. E alguém poderia me dizer que é só uma crise tripla, mas amor, quando o vento sopra e a neblina cobre a cidade como um manto e a escuridão esconde meu pranto, sou eu quem está sozinha.

Então, vá se foder!

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